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As declarações do ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, ampliaram a crise entre governo Fernando Henrique Cardoso e PFL. Reale afirmou, em entrevista a uma rádio, que a busca por foro especial por parte de Roseana Sarney e Jorge Murad, no caso Lunus, seria uma admissão das irregularidades. Ambos estão sendo investigados por fraudes na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
As declarações tiveram repercussão imediata entre lideranças do PFL. O presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), cobrou uma postura isenta do Ministro da Justiça. Segundo Bornhausen, Reale estaria "absolutamente equivocado", ao acusar Roseana e Murad. As lideranças do governo no Congresso ressaltaram que as palavras de Reale refletem uma posição pessoal e não do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ainda nesta terça. o ministro Ruy Rosado de Aguiar, do Superior Tribunal de Justiça, determinou que os documentos apreendidos na empresa Lunus, fossem enviados à Justiça Federal de Tocantins. O ministro determinou também que a gerência da Caixa Econômica Federal de São Luís (MA) seja informada de que o numerário lá depositado ficará à disposição do Juízo Federal de Palmas, onde tramitará o inquérito.
Os documentos apreendidos na Lunus pela Polícia Federal (PF), no início de março, foram remetidos ao STJ, em Brasília, porque Roseana tinha direito a foro especial (era governadora do Maranhão). Com a renúncia do cargo – ocorrida em 5 de abril – Roseana perdeu o direito. Mas o marido da ex-governadora, Jorge Murad, também em 5 de abril, foi indicado para ser secretário-extraordinário do Meio Ambiente do Maranhão, o que lhe garantiu o foro especial.
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